terça-feira, 26 de julho de 2011

Sobre o Dom de não ter Dom.

Lembrei de um fato meio antigo, mas que ainda meche com meus sublimes sentimentos. No mundo de hoje sabemos e não adianta negar, que silicone para as Evas e anabolizantes para os Adões se tornaram um tipo de dom adquirido. E para fiats 147 que não dançam, não cantam e muito menos rebolam na boquinha da garrafa, o transito é bem mais complicado.

Quando eu era aluna de Psicologia ainda, o que aconteceu depois de eu tentar Análise de Sistemas e antes de entrar na Publicidade, uma professora minha desenvolveu um trabalho onde deveríamos falar sobre nossos dons. Fiquei uma hora e meia debruçada no teclado do pc e nada. Achei que meu dom era tão especial que era difícil de perceber. Então olhei pra minha amada mãe, porque mãe sempre vê o filho milhões de vezes melhor do que ele é, e com certeza ela teria o meu dom.
      - Mãe qual é meu dom?
      - Hum?
      - Qual é meu dom mãe?.
      - Ahhh... tu é.. tu é...
      - O que mãe? - Perguntei com o medo que me dominava já.
      - Tu é..., tu é uma guria querida oras, boa pessoa.
      - NÃO MÃE! Dom mãe, eu quero um dom, tipo cantar mãe!
      - Mas filha, a mãe também não sabe cantar...
      - Não mãe! Tu tem dom! Tu faz tricô super bem mãe. ISSO É UM DOM MÃE, É UM DOM, POR QUE TU NUNCA ME ENSINOU TRICOTAR?
      - Mas filha, os tempos são outros. Hoje em dia não se precisa mais tricotar.
      - MAS MÃE SE EU SOUBESSE EU TERIA UM DOM MÃE. ASSIM EU NÃO TENHO NENHUM DOM. TU SABE O QUE NÃO É TER DOM? É A PIOR COISA DO MUNDO MÃE.
Virei as costas e fui criar umas rugas chorando. Talvez um dia eu desenvolva o dom de preencher minhas rugas com botox.



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